terça-feira, 26 de agosto de 2014

JOGAR O SISO


Todo inspirado numa HQ de "Dom Casmurro" que li num fim de semana...

a gente foi
sei lá,
agora foi-se,
não há...
como foice,
tudo dilacerou-se.

era então ouvir um café em Paris,
estar feliz num susto, por um triz
este seu sorrir é o que guardo mais ternamente...

ou talvez jogar o siso
e sempre sermos derrotados:
o riso acima da seriedade,
concisos espasmos,
nos olhando, feito Bentinho e Capitu...

agora não,
agora não há
tudo mofo, velhas visões espectrais
calor dormido, lamuriosos ais
tais lápis, lá minha falta:
pauta do meu rascunho,
prisma insano neste meu punho,

urro que ainda hei de sanar... 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

NÓ DE MARINHEIRO


ela queria vagar pelo universo,
como um beatle já propôs num copo de papel,
estampar assim seu filme mais querido,
tatuar versos como emblema,
talvez a vida seja um teorema, um hiato, um cometa-se...

num sorriso que não é mais meu, pra mim ou por mim
na lembrança nítida que quero sépia, desbotada
um passado flutuando em meus futuros,
inseguros passos de minha visão...

o  laço que desatamos
agora se confunde com nó de marinheiro,  
um sutil desvio que a amizade compõe...

e quando repara que respiro,
ou sua semente pedindo meu viver;
sua casa estrangeira, seu novo ser,
nuvem, fumaça, vapor, voar...
assim convivo com segundos mortos,
com esta sobrevida que adquiri assim serelepe,
desejando amnésias que me deixem mais forte

torpe de você, vazio de lhe gamar...