
Informo aqui que, por perca de
inspiração, talento ou tesão literário, deixo meu blog inerte por segunda ordem
ou pelo menos por alguma boa intervenção do acaso. Por favor, não vejam isto
como uma aparente apelação midiática de filantropia (apesar de transparecer uma
total apelação), mas sim um desabafo de um (quiçá) poeta cansado de escrever em
vão. Motivo talvez não haja: não sou a manchete popular que tanto almejo, musas
(as que quero e não me querem, as que não devia querer mas desejo ou
simplesmente – e maioria – as que não e nunca hão de me querer) não me
interessam tanto assim e ver poemas em segundo plano – ou menos importante que cerejas
de bolo ou um axé antigo – fazem deste vil apenas um espantalho a afugentar
corvo algum. Retiro-me, mas deixo esta página numa sobrevida, já que ainda
acredito numa retomada da arte, esta que vale quando a vida não basta, como
estampo numa camisa... Se ainda houver motivo maior para escrever, certamente
retomo ao velho e agradável hábito da escrita. Vou deixar hibernando uma
centelha de mim, serei metade burocrática e menos sonhadora, talvez mais adulta
e necessária, mas certamente órfão doutra parte essencial deste tosco Mateus
que vos apresenta. Certamente (por puro instinto da pena) ganharei meia dúzia
de comentários de bons amigos que não deixaram este que fala num estado de
semidepressão vegetativa, mas não sei se será o nitro fundamental para o
retorno ideal de um pseudopoetinha vagabundo... (Sem querer me comparar a
ninguém) No dia em que Eça de Queiróz for mais interessante que Pablo do
Arrocha, com certeza estaremos projetando monstros de Goya dentro de cada um de
nós... Quero apenas que o monstro que me cabe devore o Mateus que ainda acredita
ser aedo sem canção... Caso você tenha lido isto (o que duvido que tenham sido
muitos), deixo aqui meu mais sinceros abraços de felicidades. Caso não,
felicito-o pela saudável opção de renegar a leitura de algo bárbaro, piegas,
tosco e totalmente sem noção racional, o emocional subindo acima de minhas vãs
filosofias...