quinta-feira, 5 de agosto de 2010

DE(S)FORMAR

“(...) No mesmo dia, floresce e vive, morre e nasce, nunca opulento, nem completamente desvalido. Não sendo deus nem tolo, ama a sabedoria. Se fosse um deus, não poderia amá-la, pois não se ama o que já se possui; se fosse tolo, julgar-se-ia perfeito e completo e não poderia desejar aquilo cuja falta não pode notar. Eros é o desejo: carência em busca de plenitude. Eros ama. (...)”
(Platão, O Banquete)

no cu
do cubo
não cabe
Picasso.

com mil passos
de um compasso,
ao acaso
ocasional, de formar
um desformar...

e o redondo
de Adorno
não adorna
qualquer dorso...

um dorso dual...
lual, luar...
lua islâmica, de cerâmica
minguante e cheia,
vermelha, redonda...

hedionda onda
é da sonda, Adônis...
apolíneo o neo, o poli,
o multifacetado...

numa triangular relação
ménage pai-filho-espírito,
feito o amor, feto da felação dormida
Pênia e Póros...

o que é aparente
somente ser só,
sóbria e sombria
sombra.

Um comentário:

Hig@oººº disse...

Velho quando baixa essa nêga véia pensseira em você, não tem pra nimguém!!!!!