quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

JOSÉ, A MULHER

deusa
teu magno corpo, digno de mil elegias,
fazendo do prazer a mais sacra heresia,
e de teus lábios, bálsamo deleite;

delito então pensar assim....
delírio tão somente vê-la, conversar, saber da sua existência...
felicidade plena, doidivana consciência...
quero a volúpia do teus desejos,
quero a cama e teus cheiros,
a líbido vulcância que te faz Afrodite,
não, eu não posso te querer...

estais longe...
tão longe, que mesmo em abreviada distância,
ainda te veria em oásis.

és o José que penitas,
que não morres, que não dança a valsa vienense...
és José, mulher...
sabida feminina, não renegas o nome
nem o fardo, mas sabes ser bela
uma musa aquarela,
o dom do poeta,
o amar do poeta,
a poesia, a nudez
esta coisa sem pudor,
sabes ser o amor
sabes ter o amar...

moras na mãe do Criador
no ninho do contar,
voz muda que inibria,
és então sombria
mas ainda me alumia...

deusa,
meu encanto em horas tortas,
escorres por minhas mãos...
não estais aqui...

e então, renego-me.

Um comentário:

Hig@oººº disse...

Esse é o velho Mateus que conheço!!! Apaixonado, entregue, pecador, espectador e protagonista você é antítese e singular!!

Sou seu fã!!