meu bom gosto
não garante o gosto bom
dos lábios e dos tons,
dos suores ou dos amores,
minha deidade
minha flor da idade,
meu fluir...
meu querer bem
não me concede um bem,
um alguém, um mera mulher
algo qualquer, um mínimo querer...
ninguém me enxerga
ninguém me vê
sou nulidade, sou vão...
apenas amigo,
um homem a menos,
nem ao menos um lábio,
posso até ser sábio
mas minha testosterona
não diz nada, não serve, é vil...
talvez me falte um tanto de lábia:
não sei os dizeres que seduz,
os ditames que conduz
um corpo ao abraço,
braços para um laço, uma união...
quiçá gagueje, fale bobagens
seja intraduzível ou emudeço
diante dos dorsos em totens...
ou seria eu sádico nisto tudo?
sinto, demagogicamente, prazer no desamor?
será que me tornarei nulo
quando o amor, for pra mim, algo chulo?
quem sou no amor?
Um comentário:
acho que essa é uma pergunta retórica.
Postar um comentário