para amigos...
Um mar tão longe talvez nos separe,
mas que este amar tão longe nos prepare
para o encontro já inevitável,
feito óleo em água potável,
que mesmo nítidos separados,
bem ajuntados num mesmo copo estão.
e é feito
efeito ou feitiço,
borboletas no estômago...
Feito
não estar tão perto,
mas estar tão perto,
mesmo que distante...
a distância foi feita pros desamores.
num papo de calçada,
na enseada,
uma conversa ensaiada,
descobrindo que só contigo
todas as magias existem...
e alterar destinos, como um Deus - Amélie Poulain
(ou as moiras em novelos de lã);
aí trazer você comigo,
fazer do sentimento amigo
isto que corroí o umbigo,
criando alguma espécie de cordão
e ligando-nos, traçando-os, na palma da mão.
E ser presentes um do outro,
estar presente nos segredos indolentes,
assim poder ver meu contemplar consciente
na cor de seus cabelo,
poder tocar-te os pêlos,
sentir arrepiados e sê-los
o seu motivo aparente...
assim, consagrar-me cavalheiro
ou ser um malandro de navalha,
ser poeta ou mero notívago, vago e solene
um maestro, uma canção somente
ser esta agonia, esta borboleta nervosa
sentir-se choro, um declamo; em flauta: “Rosa”
ultrapassando esta distante muralha
e perceber-me assim, num olhar inédito, seu companheiro.
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