segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

IGUALDADE

nem todo mundo é igual,
mas querem que eu seja igual
aos outros – e ter carrinho do ano,
ser de muitos, o soberano,
um doutor qualquer...

e qualé a dor, me diga qualé a dor
que sana um coitado que nada quer ?!
que nada quer...
que nada quer...
ou que apenas quer
ser alguém de outro alguém,
ser um alguém diferente
um destaque no meio de destaques,
um ser, nada mais...

e por que você não vem ?!
ou por que não tem
um mínimo de consideração,
e venha logo em condecoração;
apunhalar-me coração
como flechas dum cupido vão ?!

eu
tendo esta difícil missão:
ser eu;

este ser entre entes,
iguais ou diferentes,
procurando assimilidades ou paradoxos,
humanos céticos ou ortodoxos,
de invariável ou muitos sexos...

o curso do meu rio independe de concursos,
posso bifurca-lo em várias margens,
o que é viagem pode ser mil passagens,
passando ou não pelo mesmo cio...

cio – crio
crio – cio
e assim vão-se meus créditos...
cio – crio – ceio
crio, ora cio
ceio, oras seios;
cio e crio
meus cricris
vindo como um deleite, um manjar
ou talvez já tão manjado:
quem controla o inédito ?!

Nenhum comentário: