Acolá,
aqui ou lá
aquilo que o faz
instante e estante,
antes, distante
meras dissonâncias...
tão inconstante quanto o mar,
ou quando a onda se quebra
e a pedra não fura;
do furo no futuro jorra o passado, já diz o profeta
da seta, a ordem certa
da cerca, o que nos acerta.
pretos, brancos,
preto e branco, em sépia
olhos de lambe-lambe que capturam:
indócil cachoeira gritante, rio dividido
meu riso, meu pranto
rebento meu, ventre parido...
vento árido, moinho... mover das horas
no tempo do pé de manga,
nas mangas e abotoaduras, botas, aberturas...
o tempo no pé do menino,
o tempo no sapato do homem,
no velho chapéu do moço;
o mundo é tão antípoda, amigo...
o mundo é antítese, gênesis
e luto.
o mundo, nossas epifanias cotidianas:
quando o tempo tempestade...
quando o tempo temporal...
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