me organizo no meu caos,
sou caô do seu discursar,
sou curso de rio, corda de rapel
azulejo dum azul céu,
ou aliás, lilás...
alheio a qualquer passo,
compasso de medir meu caminhar
boca amiga de ditames infímos,
escarrado beijo, mão de apedrejar...
o que digo, no vazio do meu cio
é silêncio oco, cheio de estio
cavalgada insana, assanha o pêlo vil,
dorso, escama,
um arisco arriscar...
risco em chamas, chamar sem eco
sem voz, sem você...
seus lábios são lábaros
onde proclamo amores em desvario,
vou dizer o quanto gosto de você
em pequenos aforismos, gravados em árvores mortas...
mas não há você – apenas deliro...
deleito-me da lira, enquanto Roma em pira,
incendeia meu ser em cadência.
o meu caos me organiza,
agoniza minhas entranhas,
estranho ser: será o eu do meu eu ?!
seara nua, Pasárgada dolente...
Um comentário:
Massa!
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