pestes das pestes:
rupestres diários que não decifro,
hieróglifos que não consigo ler...
aerólitos em forma de tufão,
surreais e irritantes
crias reais,
do zero aos décimos
no íntimo do desmazelo:
não quer, não faz
reclama quando perde
quer tudo com voracidade sutil,
sádicos que se dizem mágicos,
agitados em suas carteiras de aprender,
não respeitam o mestre,
não acalantam o destro,
destroem qualquer racionalidade,
distorcem a lógica com morfológicas
e repetidas pantomimas...
são anacrônicos, tecnológicos
não sabem, mas desafiam os saberes
querem com avidez, duma vez e várias vezes
os sabores e as carnes,
não discernem quaisquer cernes,
deixam vazios as lacunas, as alternativas
me levam a loucura com borrões,
fazem valer os meus tostões
e avos que ganho com cada fração, frases e freios...
sem luz, iluminam silêncios:
tabulas rasas, rasos e profundos ;
são fábulas que desistem das uvas
por não terem luvas
nem a disposição de subir;
anjos, filosofam
pedem colo, esbofeteiam
dão beijos e brigam,
professam, anarquizam, obedecem
choram...
ainda sim estão a me enlouquecer,
a cadenciar algo em suas cadeiras,
estojos, estorvos e pretensões:
grafites, deixam marcas
tintas, fintam olhares
em busca do desafios,
urinam mais do quem suam,
somem sem desmedir:
lá estão, sentados
futuros dizendo presente ,
anotando linhas, traços,
um troço de conversa
num blá-blá-blá infernal, sem fim
sem ponderação, gastando salivas e alívios...
assobiam, jogam papel
voam num avião de papiro,
se sujam, se lambuzam,
fazem do chiclete seu emblema,
das cenas, o seu drama...
não se enganem: sabem seduzir
são feitos de enxofre,
emanam celestiais culpas,
se inocentam num dizer mais sussurrante...
se prende no que diz,
infante, ainda aprendiz
da vida só sabem o instante,
não pensam em antes ou durantes,
tudo dura o efêmero,
o mero acaso,
não permeiam o esmero...
Um comentário:
muito bom. outros professores deveriam ler.
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