Estranho voltar a velhos hábitos
sem sua presença... Antes tudo era tão intrínseco a você, minhas paranoias,
minha racionalidade... Difícil caminhar sem segurar sua mão ou não ouvir mais
suas velhas e novas histórias. Aí me
toco que você não está mais naquele canto, que aquele canto não tem mais seu
toque ou seu quê... A praça, as pessoas, as cores, os espaços, os passos e os
instantes parecem dum dissabor sem igual. Vivo, sigo em frente, tudo segue seu
habitual caminho, os carros, os escarros, os beijos antecedentes, os dentes, os
queixos... O silêncio de sua ausência, o não saber dos seus dias, o diário
secreto de seus noticiários, torpedos, pensamentos, pinturas, filtros de
sonhos, seus sonhares e lugares, mais nada... Estranho voltar a velhos hábitos
sem sua presença.
Os bons amigos lá estarão, sempre
existirão noites de videokê ou comer pizza ouvindo Elvis... Onde andará seu pensamento?!
Pensar em você ainda é rícino, um veneno bom que me acalanta e adormece,
entorpecente que uso para não sangrar mais a dor que você me causa, lembrar do
seu sorriso, dos nossos sorrisos, do meu sorrir por qualquer risada sua, ouvir
canções tão nossas, começar a entender algumas, perceber que não era tão bacana
quanto a semana passada, compreender que o pra sempre sempre acaba... Sigo cego
consigo, não consigo mas insisto neste ir: cambaleio diante duma vida que agora
se apresenta: quem serei sem sua sombra, seus cílios, sua boca rubramente
pintada?! Como andar sem seu torpor, suas distâncias ou descobertas mediantes
ilícitos meios?! Como ser sem seus seios, sua tatuagem, suas mensagens para o
mundo?! Me vejo vago, mas com o tino de crescer, este foi nosso juramento –
ainda seremos estrelas e gigantes...
Nestas insípidas cartografias de um
eu errante, ver nos olhos o encanto e o brilho diante escritos meus, gritos da
liberdade do seu querer, ler enfim que não caibo mais em seus sonhos...
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