terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

SUA DIÁSPORA


apurando sentidos,
sou amputado destes sentidos,
mantido ainda no âmbar
de que somos um par,
destes tão ímpar, incomum...

então olho as coisas sem seu olhar,
imagino o que vi sem seu ver,
viver assim é estar desvalido...

sua marca não há,
tudo fica gris e sem sabor,
sua diáspora de meu ser me seca,
desnutre, deserda...
deserto fico sem você por perto,
falta seu toque, seus tiques, seu look...

e um sinal verde me dá stop:
percebo que da sua atenção não sou mais top,
sou reles, uma vaga lembrança, um desprezo...

sigo assim num eterno lembrar,
negando-me para não afirmar,
buscando vida em tais escombros,
rastejando sombras para me escorar ombros,
entre meus ais, enveredar meu coral
parece banal,
mas meu pecado foi amar demais...

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