"Teus ombros suportam o mundo e êle não pesa mais que a mão de uma criança..." (Drummond)
Eu me isolando
enquanto o mundo passa ao meu redor.
Eu sol
quando a terra brota a bota e a dor...
Eu de lado
quantos a seara do será, da rabeca, da flor ?
Da Rebeca, do farinhar, da rosinha sem odor, do prazer incolor ?
Eu trotando minhas andanças,
eu criança, eu criando
eu tato, eu ando
eu tratar, eu trazer...
Memoriais de ais e eus,
memorando, memoriar...
No raiar das lalarias
laranjais e ferrovias,
bando de cotovias
em brando assobia,
sibila, no ares...
Pomares e céus...
Numa poesia perfumada
e letras com tamanho de infâncias.
Sem distâncias,
nem ânsia
ou azia vazia.
Um vaso cheio da cheia lua,
o sereno tão sereno que não desperta madrugadas,
cheiro bom de café
e um rádio que nunca desliga.
(2006)
P.S: Este poema já fora publicado bem antes. Só dei uma "recauchutada" neste poema - consertos e adição de uma epígrafe...
2 comentários:
Grande, Mateus! Olha, queira que você desse uma lida num poema meu chamado "Aqueles cavalos brancos". Vi uma certa semelhança no pensamento. Ele está nos arquivos de 2007.Depois me conte se concordas. Forte abraço, Germano.
Acabei de ler o seu poema referido. Boas semelhanças, apesar q eu acho suas palavras bem mais fortes q as minhas... "Eu que me desconheço" foi sensacional !!!
Abraços Germanão !!!
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