Linda,
passeava nua pelos bosques dentro de mim,
extremamente solta,
cabelos que encobriam os tornozelos.
Colecionava papel de carta
num classificador negro de tantas vidas,
sentia frios e calafrios,
emanava esperanças na sua úmida voz.
E o tempo passou. Eu durmia nas redes do seu vestido vermelho.
Menininha, minha
Meu bem, nada além
Um mar, conchas na areia onde seu pé gravou-se
(eterna marca de seu pé),
Garota do amor perfeito,
em flor,
perdi-me naquela carne, feito Vinicius...
A sensualidade, onde ?
A paixão, viva !
Seu nobre coração invadido :
È Ramon, È Elias, quem seria ?!
Suspiros sobre a cabeça da boneca,
estranhos comichões,
choro aguado no travesseiro.
Perdeu a trança, abandonou os hábitos
recusou o colo do pai,
virou sereia, virou algo...
Cadê você hoje em dia ?
Esquece de esquecer que o sol é apenas um astro
e não mais um outro dia ?
Perseguindo borboletas, assobiando para passarinhos...
Subjulgando minha racionalidade, pra quê ?
(2005)
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