segunda-feira, 27 de junho de 2011

O ONTEM

"Haja hoje para tanto ontem" (Paulo Leminski)

"Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia."
(Fernando Pessoa)

É estranho
como o hoje
virará, um dia, ontem...

não entendo
como tudo era tão tangível;
agora, tudo pó
na hora: intocável
em minutos, dissipado...
um dissabor,
lembrar ?! Apenas um disse que retornou eco...

antes era tudo praça,
a festa, garrafas, beijos...
Em instantes, distantes vestígios,
apenas destroços,
o vazio das garrafas,
o beijo guardado...

como devorar de traças,
devastar de tsunamis,
a infelicidade do fracasso,
a felicidade do escasso,
óculos, ósculos, escarros
citações de Lispector entre cigarros,
rum com vodca, uísque com Coca,
cacos e cacoetes, amor, suores...
o preservativo que preserva a seiva do ser,
nove meses, nove luas, nove em vinte e nove amizades,

tudo, agora nada.
do nada: o nada.

A madrugada que virou dia,
A noite finda, a consciência vinda,
o acabou...

mutação do pré-pós,
a consagarção do depois,
o ontem...

2 comentários:

Nekita =) disse...

Nossa Matheus, so tu pra citar Legião e Paralamas do Sucesso assim de forma impecavel, e de uma vez so = D Adorei =)

Nekita =) disse...

Nossa Matheus, so tu pra citar Legião e Paralamas do Sucesso assim de forma impecavel, e de uma vez so = D Adorei =)