"Não quero a boa razão das coisas. Quero o feitiço das palavras." (Manoel de Barros)
Escrevo com emergência,
como se quisesse dizer tudo automaticamente,
como se temesse a parada do coração,
a quietude da voz, a queda da vida...
assim sou no amor: desejo-o certa veemência;
anseio sua vinda tal qual certos arrombamentos;
que ele decalque meu ser com certezas dúbias,
que não se preocupe com centenas ou dúzias,
com rosas ou beijos soturnos; que não se gabe
do que cabe ou resta, um amor em calefeito...
Escrevo com o temor dos passos de ponteiros,
escrevo querendo vingar-se do tempo, das eras,
dos serás e do que se liquefaz...
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