"O verbo tem que pegar delírio." (Manoel de Barros)
a palavra, mutântica,
diante o ato,
faz-se domínio
e irrompe minha razão:
a metamorfose da metonímia.
meta da linguagem,
o neo dos logismos,
dádiva lógica do verbo, óptica das palavras:
a busca constante do seu perímetro...
meta, seguindo a seta
metendo o bendelho no discurso,
espelhos no curso do rio
onde atravesso uma vez
e outras vezes, ao avesso;
onde passo novamente,
passado dolente, futuro vidente,
meta, o instante...
ser que é, ser que muda
ser que fala, muda
ser que palavra, palavrear,
árvore de mármore, onipotente
de repente: tênue asa de mariposa...
é a meta do dizer,
essência que muda cor, dor, odor...
matéria primal, prismal
espectral, a palavra concreta e nua...
meta da palavra: sua nudez vestida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário