Um Tom no som,
aquela na cabeça...
a sensação do ir, do ar,
do mar a ir e vir...
e aquela na cabeça...
qualquer viagem, qualquer musa,
qualquer miragem, qualquer voltar...
aquela na cabeça
uma pequena, uma saudade,
pequenas saudades
qualquer saúde ou saudação,
aquela na cabeça...
tão fumaça, tão lisérgica
tão mágica, enérgica...
telúrica, surrealista...
aquela na cabeça.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
SAUDADES DE JANEIRO
Já não se fazem mais janeiros como antigamente...
saudades das férias escolares, de brincar na chuva,
das chuvas e das brincadeiras...
Hoje, ao janeiro - tão somente-apenas um calendário,
só me resta contas, contar, contratos...
saudades das férias escolares, de brincar na chuva,
das chuvas e das brincadeiras...
Hoje, ao janeiro - tão somente-apenas um calendário,
só me resta contas, contar, contratos...
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
DIVAGAR DEVAGAR
fazer
poema:
traçar
dilemas
traço-
-eiros...
eira,
sem beira
nem
em
quando
enquanto...
pegar a palavra
do saco,
caco
do mosaico,
prosaico divinar...
poema:
traçar
dilemas
traço-
-eiros...
eira,
sem beira
nem
em
quando
enquanto...
pegar a palavra
do saco,
caco
do mosaico,
prosaico divinar...
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
PR'ELA
quero um amor
quebrado
filtrado
colado
decantado
roubado...
quero um amor
apaixonado
transformado
iluminado
engessado
louvado
quero um amor
namorado
aluado
ensolarado
mutilado
ousado
usado
de lado
encantado...
quero um amor
peneirado
coalhado
molhado
ensinado
encurralado
maltratado
visado
humilhado
quero um amor
enrolado
empossado
enterrado
multiplicado
somado
enjaulado
libertado
qualificado...
apenas querendo, no fim, um amor
amado.
quebrado
filtrado
colado
decantado
roubado...
quero um amor
apaixonado
transformado
iluminado
engessado
louvado
quero um amor
namorado
aluado
ensolarado
mutilado
ousado
usado
de lado
encantado...
quero um amor
peneirado
coalhado
molhado
ensinado
encurralado
maltratado
visado
humilhado
quero um amor
enrolado
empossado
enterrado
multiplicado
somado
enjaulado
libertado
qualificado...
apenas querendo, no fim, um amor
amado.
ILÓGICA LOUCURA
Acredite:
poesia não é fábula.
Medite:
poesia não é bula.
Então por que procura
tradução no que escrevo?
Meu verso pode ser ilógica loucura,
e classificar-me, oras... não me atrevo!
poesia não é fábula.
Medite:
poesia não é bula.
Então por que procura
tradução no que escrevo?
Meu verso pode ser ilógica loucura,
e classificar-me, oras... não me atrevo!
IGUALDADE
nem todo mundo é igual,
mas querem que eu seja igual
aos outros – e ter carrinho do ano,
ser de muitos, o soberano,
um doutor qualquer...
e qualé a dor, me diga qualé a dor
que sana um coitado que nada quer ?!
que nada quer...
que nada quer...
ou que apenas quer
ser alguém de outro alguém,
ser um alguém diferente
um destaque no meio de destaques,
um ser, nada mais...
e por que você não vem ?!
ou por que não tem
um mínimo de consideração,
e venha logo em condecoração;
apunhalar-me coração
como flechas dum cupido vão ?!
eu
tendo esta difícil missão:
ser eu;
este ser entre entes,
iguais ou diferentes,
procurando assimilidades ou paradoxos,
humanos céticos ou ortodoxos,
de invariável ou muitos sexos...
o curso do meu rio independe de concursos,
posso bifurca-lo em várias margens,
o que é viagem pode ser mil passagens,
passando ou não pelo mesmo cio...
cio – crio
crio – cio
e assim vão-se meus créditos...
cio – crio – ceio
crio, ora cio
ceio, oras seios;
cio e crio
meus cricris
vindo como um deleite, um manjar
ou talvez já tão manjado:
quem controla o inédito ?!
mas querem que eu seja igual
aos outros – e ter carrinho do ano,
ser de muitos, o soberano,
um doutor qualquer...
e qualé a dor, me diga qualé a dor
que sana um coitado que nada quer ?!
que nada quer...
que nada quer...
ou que apenas quer
ser alguém de outro alguém,
ser um alguém diferente
um destaque no meio de destaques,
um ser, nada mais...
e por que você não vem ?!
ou por que não tem
um mínimo de consideração,
e venha logo em condecoração;
apunhalar-me coração
como flechas dum cupido vão ?!
eu
tendo esta difícil missão:
ser eu;
este ser entre entes,
iguais ou diferentes,
procurando assimilidades ou paradoxos,
humanos céticos ou ortodoxos,
de invariável ou muitos sexos...
o curso do meu rio independe de concursos,
posso bifurca-lo em várias margens,
o que é viagem pode ser mil passagens,
passando ou não pelo mesmo cio...
cio – crio
crio – cio
e assim vão-se meus créditos...
cio – crio – ceio
crio, ora cio
ceio, oras seios;
cio e crio
meus cricris
vindo como um deleite, um manjar
ou talvez já tão manjado:
quem controla o inédito ?!
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
SERMOS NOVOS
Sermos novos.
sermos sermão,
a mão do novo,
sermão do povo,
ser mão do povo,
sermão do novo,
sermão do sermos,
sermos dos servos,
a textura da mão que caleja;
o texto, ser da mão, que no cajado
se faz, calado, sermão de novo...
sermos sermão,
a mão do novo,
sermão do povo,
ser mão do povo,
sermão do novo,
sermão do sermos,
sermos dos servos,
a textura da mão que caleja;
o texto, ser da mão, que no cajado
se faz, calado, sermão de novo...
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
ENSINAMENTOS II
Ainda pensando, cá com meus botões,
na reflexão que ora caiba:
seria a Lycra que fermenta a bunda
ou a bunda, esta sim fermentada pela Lycra ?!
na reflexão que ora caiba:
seria a Lycra que fermenta a bunda
ou a bunda, esta sim fermentada pela Lycra ?!
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
HAIKAIS NONSENSE
pássaro cagado
é pio calado,
é cágado que não sabe nadar.
gago gag-gag-gaguejando gags,
algo cego atrás dum logos,
lago qualquer convertido em Lego.
ou um samurai a djavaniar,
fazendo haikais de endoidar,
cometendo arakiris, entoar : iaaaaaaaa... ai !!!
é pio calado,
é cágado que não sabe nadar.
gago gag-gag-gaguejando gags,
algo cego atrás dum logos,
lago qualquer convertido em Lego.
ou um samurai a djavaniar,
fazendo haikais de endoidar,
cometendo arakiris, entoar : iaaaaaaaa... ai !!!
O VELHO CHAPÉU DO MOÇO
Acolá,
aqui ou lá
aquilo que o faz
instante e estante,
antes, distante
meras dissonâncias...
tão inconstante quanto o mar,
ou quando a onda se quebra
e a pedra não fura;
do furo no futuro jorra o passado, já diz o profeta
da seta, a ordem certa
da cerca, o que nos acerta.
pretos, brancos,
preto e branco, em sépia
olhos de lambe-lambe que capturam:
indócil cachoeira gritante, rio dividido
meu riso, meu pranto
rebento meu, ventre parido...
vento árido, moinho... mover das horas
no tempo do pé de manga,
nas mangas e abotoaduras, botas, aberturas...
o tempo no pé do menino,
o tempo no sapato do homem,
no velho chapéu do moço;
o mundo é tão antípoda, amigo...
o mundo é antítese, gênesis
e luto.
o mundo, nossas epifanias cotidianas:
quando o tempo tempestade...
quando o tempo temporal...
aqui ou lá
aquilo que o faz
instante e estante,
antes, distante
meras dissonâncias...
tão inconstante quanto o mar,
ou quando a onda se quebra
e a pedra não fura;
do furo no futuro jorra o passado, já diz o profeta
da seta, a ordem certa
da cerca, o que nos acerta.
pretos, brancos,
preto e branco, em sépia
olhos de lambe-lambe que capturam:
indócil cachoeira gritante, rio dividido
meu riso, meu pranto
rebento meu, ventre parido...
vento árido, moinho... mover das horas
no tempo do pé de manga,
nas mangas e abotoaduras, botas, aberturas...
o tempo no pé do menino,
o tempo no sapato do homem,
no velho chapéu do moço;
o mundo é tão antípoda, amigo...
o mundo é antítese, gênesis
e luto.
o mundo, nossas epifanias cotidianas:
quando o tempo tempestade...
quando o tempo temporal...
domingo, 3 de janeiro de 2010
ENSINAMENTOS
Pensando, cá com meus botões,
numa reflexão profunda:
seria a bunda que tornea a calça
ou a calça que tornea a bunda ?!
numa reflexão profunda:
seria a bunda que tornea a calça
ou a calça que tornea a bunda ?!
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