"Vamos onde ventar, menina/ Foi bom te encontrar lá em cima/ Odeio despedidas/ Mas tudo bem/ O dia vai raiar/ Pra gente se inventar de novo..." (Cícero, Tempo de Pipa)
terça-feira, 30 de abril de 2013
quarta-feira, 3 de abril de 2013
LIBERTÁRIO
não sei dirigir;
mas só a mim compete gerir
minha vida
no meu girar,
e neste
constante digerir ruminar,
se
adultificar infante...
terça-feira, 2 de abril de 2013
SAUDADE DE SÁBADOS E PRAÇAS
Pra bons momentos nas praças de Irecê (BA) e Vitória da Conquista (BA)
saudade do seu sorrir,
do seu
silêncio,
do seu olhar
que parece desdenhar
ou desenhar
algo com as pupilas...
saudade do
seu vigiar,
do vigiliar
meu sono,
dos átimos
átonos,
do viajar em
minha voz,
de atar
nossos nós,
de assobiar
atroz, atriz
que nada é
obrigado...
e no meu
andar chapliniano, embriagado,
saudade de
sábados e praças,
de cheiros,
gostos, gozos, fumaças,
contar,
ouvir, ver, rever, reversos e nervos...
saudade do
resenhar, dos amigos,
sons, tons, mitos,
litros,
compras,
pombas, pontas, patos, atos, plantas,
uma manta improvisada
de bandeirolas e sonhos...
saudade do
violão, dos cantos e do cantar,
das luas,
dos sóis, dos sais,
do limão,
das guimbas, das cachaças seletas,
das setas,
metas, métricas,
líricas, pés,
arrepios,
meios fios, calçadas,
sombras, sobras, raspas e restos...
saudade do seu
beijo, seu abraço,
seu laço, do
suor da sua mão,
do seu ser,
seus sabores e saberes,
do seu
cabelo, do nosso unir.
COM O TEMPO (APODRECER)
“O dia das pêras
é o seu apodrecimento.”
(“As pêras” – Ferreira Gullar)
minha vida,
eternas esperas -
como pêras
gullarianas
que apodrecem
com o tempo...
ou como o
peraí contido,
o grito não
dito pelos desditos,
pelos mitos
contados
de que somos
menores,
tenores de
um uníssono mudo:
de que não
adianta querer mudar o mundo,
de que tudo
já é pago por juras e juros,
de que a
segurança dos nossos muros,
o taciturno
noturno de nosso ego:
o osso cego de
nos garantir
abrigos ou aconchegos.
nesse podar
do pousar de nossas asas,
apodrecer
assim nosso poder...
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