“O dia das pêras
é o seu apodrecimento.”
(“As pêras” – Ferreira Gullar)
minha vida,
eternas esperas -
como pêras
gullarianas
que apodrecem
com o tempo...
ou como o
peraí contido,
o grito não
dito pelos desditos,
pelos mitos
contados
de que somos
menores,
tenores de
um uníssono mudo:
de que não
adianta querer mudar o mundo,
de que tudo
já é pago por juras e juros,
de que a
segurança dos nossos muros,
o taciturno
noturno de nosso ego:
o osso cego de
nos garantir
abrigos ou aconchegos.
nesse podar
do pousar de nossas asas,
apodrecer
assim nosso poder...
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