quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ANÁRQUICO, EM NOME DO AMOR



Para Bubu (Laís Atanázio) e nossa "Bubulândia" 


naquele nosso canto
nosso íntimo lugar,
quiçá um quarto ínfimo,
certamente uma nação do amar...

anárquico, em nome do amor:
onde nada se proíbe,
nada se coíbe,
aonde só cabe a gente,
onde tudo se acabe de tanto querer,
onde ondas são fumaças,
torpor sensual, volúpias e reflexões;
nossa inflexões diante o genial,
meu abismar quando percebo
que nossos abismos são meros cismos,
nossos cílios espalhados em nossas faces,
nossas frases espelhadas,
nossos possivéis filhos...

lá nos isolamos do mundo,
uma ilha a nos privar,
sem tensão ou ressentimentos oriundos,
somente tesão, carinhos passarinhos a nos guiar...

anárquico, em nome do amor:
nada de leis, de ordens,
nada ordinal - o caos bailarino que se traça
traças, roupas espalhadas, guimbas,
tampas, tempos, livros e palavras,
tintas, pingos de tintos, suores e vapores,
odores, amores, Tiê, Tiersen, Mallu, Los...
luas e fluídos, gozos em ruídos,
silêncios num dormir, num olhar...

e assim me senti mais ser,
finalmente ter algum sentido,
deitado em nosso país,
num desejo de criar raiz,
sem ter partido hierárquico...
madrugar e anoitecer em seus sóis,
apertando nós, sendo apenas nós
sempre em nome do amor: anárquico.