quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

DEPENDENTE

Independentemente de tudo;
quero ser dependente,
demente por você:
de alma, luz, devoção, mente...

e que nada fique pendente:
sejamos benignos sempre,
cumplicidade de ambos,
sendo meio anjos,
celestiais, cósmicos, alados...

te deixar feliz me deixa bem...
saber que te faço bem me faz mais feliz...
ouvir telepaticamente o que você diz
ou vê-la nos meus sonhos sutis;
estar contigo é o bastante
pro meu dia se tornar mágico,
saber que as horas passarão
e lá estará você ao fim de um jornada,
entender que seu caminho é a minha estrada,
compreender que seus carinhos são meus pés, meus passos
luzir de seus brilhos, dar nós aos nossos laços –
esta dependência boa que me faz forte e
me dá suporte pra encarar o mundo...

dependente, somente
de você, de sua presença,
de sua ausência que
se torna uma certeza – você está comigo...
dependência das suas pendências,
dos seus presentes, dos futuros que já foram
ou da vida que lhe prometi num anel de hippie...

DO Z AO A

gosto do meu amor
gosto do gosto do meu amor
gosto do gostar do meu amor,
do gostar de seu amar,
do seu amar com gosto,
do seu gostar oposto...

gosto do degustar do meu amor
gosto do amor gasto...
gosto do amor que ganho,
gosto do assanho de meu amor...
gosto do rosto, dos restos
das brigas, das figas, dos desejos,
gosto do corpo no corpo,
gosto do seu querer que paira
gosto tão somente de Zayra,
que o resto é por demais desgosto.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DE IR E VIR

06/02/2012: Irecê sitiada...

O medo me deixou omisso
sem compromisso,
nada arisco,
assim, sem arriscos ou riscos -
sem marca por demarcar...
O medo me deixou atado,
me fez coitado,
parado, calado, emudecido...
Amanhecido pra qualquer manhã,
pro que virá ou verão...

o medo me deixou preso
impresso, maldito...
o medo me deixou nefasto,
fausto, escuro, estéril...
O medo me deixou etéreo,
estérico, nada telúrico ou estético...
O medo me deixou estático, sem ação,
acuado, suado, desconfiado
impedido de dar a mão,
de ver meu amor,
deixou-me com um dissabor na boca
um grito na garganta,
um desamor pra desamarrar,
nó sem desatar, desconfiança sem fiança
sem métrica, sem prosódia
rouca, ínfima, íntima que nem bolor...

o medo desbotou a flor,
encheu minha casa,
me fez passará sem passarinhô,
ave sem asa, Maria sem sinhô
me fez feio, equilibrista no meio da dúvida,
dividiu a vida, tornou-a impotente
deixou renegado ao ir e vir,
nem me fez ouvir o riso popular...

transformou meu lar em abrigo,
fez do bar um inimigo,
da boêmia, uma canção a não se seguir...

o medo não faz luzir,
o medo não é seduzir: medo é diminuir
minhas forças, minha crença,
minha presença,
meu social de se tornar par...