quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A NOTA TRISTE

Para Carol, in memoriam

A nota triste
que a estrela tocou, à noite
com sua cítara dourada
cheia de acordes que acordou o sono,
e me fez lembrar que seu cobertor não estava mais lá...
Contudo fez-me vê-la coberta de flores,
onde encontrava-se uma tiara mágica,
destas que mostravam seu rosto no espelho do rio;
seu sorriso que não esqueço
e sua presença que acalentou a primavera.

A coisa triste então tornou-se um suspiro,
e no lugar da tristeza se via uma borboleta
que, confundida com o azul do céu,
chorou - tão tola - sua ausência discreta.
Não sabia que você ainda nem acordara,
e amanhã seria mais uma estrela,
desta que nos protegem quando pedimos um desejo,
desta que se faz presente quando sua mão não te alcança...

Um comentário:

Anônimo disse...

É, Mateus!É cruel a morte, mas temos de cantá-la, para continuarmos vivos e esquecermos que também iremos morrer. Belo poema! Abraço, Germano.