quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

AMARGO ÂMBAR

Você estava
distante,
mais distante
que a própria distância -
era você
neste amargo
âmbar
translúcido...

Antes não éramos distantes:
apenas estavamos partilhados em alma,
assim como na criação do amor...

E pareceu-me
a lua,
apareceu-me
um sentir,
uma confusão de sentimentos...

Mas não continuou.
A distância, neste instante, transpareceu...

Quando você voltou,
já era frio em seu jardim -
sua flor, sem vida
ou apenas uma folha arrastada.
Sua voz, ácido em meu âmago
(o amargo âmbar em que te via...),
sua imagem não batia com a sereia cantada por menestréis...
você dizia amor,
ou seria apenas o colhido após o plantado ?!

Vi, então
uma fase da Lua que me corroeu...
ou seria este eclipse
sua verdadeira face ?!
Foi então que a perdi.
perdi porque a abneguei,
perdi porque fui insano com minhas decisões,
perdi porque o tempo (este cruel) acaba por apodrecer as frutas
de qualquer amor condenável ao não-estar
- é isto, claro !
Nosso amor sempre foi, mas jamais esteve.

Um comentário:

Germano Viana Xavier disse...

Grande, Mateus. Volto a tua casa, agora munido de um desejo por eterna presença.

Abraço amigo, poeta.
Continuemos...