terça-feira, 24 de novembro de 2009

SENÃO AMAR

"Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?" (Carlos Drummond de Andrade)

Quem poderá
em desvario,
num júbilo pueril
de corar-se juvenil,
coroar-se tão paulatinamente ao amor ?

Deverá, então,
atrás do querer, renegar
desfiando qualquer auto-ética
dando-se, tão cética, a desafiar autêntica,
esta timidez ao vê-lo ?

Ao amor, velar
deixar-se pelo cândido mar,
assim, em sobressalto,
tomar-se de assalto
em ver a coisa desejada, então fugir
desviando do que se quer,
escondendo-se na vontade, ungir
venerar o amado ser,
querendo-o, não tendo, retraindo-se...

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