quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CONSAGRAÇÃO

sou um poeta de merda:
não aparo as cerdas
que me ponham num bom declamar;
clamo e me expresso: assim é meu poetizar.
minha léxica disléxica,
minha métrica não gramatical...

escrevo com sinceridade
e oferto minha cara aos críticos
– “Vão, vão logo...
podem jogar seus tomates podres em mim...
não presto, não sou poeta, sou um demagogo
que denigre o sentido das palavras...”

não me encontrei, nem tenho damas:
meu samba parou, não sei se sou
o que sou,
ou acho que sou...
faço do que escrevo alicerce, meu cobertor,
o pathos que me define, a cura insana pro meu surrealismo...

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