quinta-feira, 30 de janeiro de 2014


do coração lacrimejou tinta,
escorreu pela parede todo sentimento,
filtrou sonhos, uma 3X4, cartas e fios ruivos...

a falta pariu a dor,
dor doeu n’alma,
e a alma, calma, disse que ela não estava mais lá...
mas talvez estivesse lá, isca do delírio sem nome
talvez esteja lá, isso que me deixa insone
quiçá tá lá, isenta e gris
lápis que me contorna,
tornado tornando-se desenho de estampa...

como o sinto falta de não estar em seus instantes,
no sorrir de seus dentes, no passear de seu pente,
na lente particular de enxergar fumaças e universos,
em nasceres do sol que compartilha com outros...

saudade da nossa coisa efêmera, íntima, ínfima, fêmea...
falta de olhar o olhar e os olhares,
de seu olhar Capitu, do olhar capta,
do ver vermelho, num cameloar
do ouvir que rapta, apta
adaptada ao som tão particular,
sons tiersens, sanfonas beirutianas... 

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