segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

(AR)DORES


Porque um blues doído sempre traz saudades de alguém...

sua lembrança inconsciente vem sempre em momentos insípidos,
nas horas inodoras em que descanso e que quero esquecê-la;
em instantes antes tão nossos, na falta do voltar,
na ausência dos nomes,
na sua voz ainda presa em minha garganta...

a coisa quântica de senti-la cintilante,
aqui no quarto, vazios de minha cama,
este desvario de sentir seu peso,
seu abraço a adormecer meu braço solitário...

sei estarmos tão distantes,
não como antes: uma distância relativa,
tão perto, poucos caminhos...
longe, tão lounge: lá lhe encontro,
você pode voltar ao ponto,
eu, pronto, num mapa qualquer...
um passo, somente...

ardores de dores suaves, cândidas...
bandidas noites que traficam
estas coisas que ficam, estancam:
é na madrugada que percebo seu olhar,
a insônia que me fortalecia,
me entorpecendo de fumaças, suores e terapias...
nossos dizeres de prazeres,
seres que apenas evocavam o amar
ou um crescer infante,

feito o peito que me acudia, coração
perfeito dia que sabia ser seu,
céu estrelado atrelado ao seu lado,
este lado meu, apenas uma face vazia
que observo...

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