quarta-feira, 12 de novembro de 2014

INVISIBILIDADE DO SOM


Quando fotos e sons incomodam...

na minha boca não cabe mais sua língua...
sem qualquer míngua de suas mágoas:
são águas que atravesso sem mapa,
minha palma que não cola em seus calos,
seu calor, seu colar de tatuagem
muda e úmida miragem de um brilho qualquer...

o bem que mal-me-quer,
o mal que bem-me-quer,
escolha sem querer,
sem queridos, ferido e ainda ressentido...
sentido até a saudade, tudo sem sentido...

caminhos maduros são mais duros,
cadê suas botas, suas pegadas,
aquilo que pega, atrai e ata?!
me atenho somente ao que tenho:
lembranças tão desbotadas,
desabotoadas de pudor,
descabidas deste poder...

tudo isto enquanto ouço da mata, do mar,
outros bichos malucos beleza:

coube você nesta invisibilidade do som...