Não acabou.
Se antes a via com olhos de cristal,
é porque não havia distâncias
entre nossos caminhos e o meu eu....
Mas não acabou, acredite...
você ainda será bela,
(dadivosamente bela)
a mais harmônica aquarela,
aquela a quem me refugio,
a serenidade que me traz estio,
vitalidade que me nutre
diante meus vazios...
agora sua beleza não é mais utópica:
meu sonho em tê-la se desfez, feito areia;
você nunca esteve tão distante,
contudo ainda está em mim de alguma maneira...
seu corpo nunca será meu:
seremos como promessas de Julieta a Romeu – santos
que não devem ser tocados,
peregrinos que profanam num beijo cálido
a alma chagada dos que amam e querem...
nossa estrela é ainda ligação,
nela me atento, peço em oração
que o verbo de nossas carnes conjugue um eterno amar,
uma inefável concisão...
este paradoxo em ser fraco,
deixar-me opaco,
de não ir ao seu encontro
de não ser perfeito pra você...
é um amar mais consciente agora, friso;
você ainda e será o que preciso,
mas agora compreendi que o final desta ciranda
poderá ser solidão de rede na varanda,
mas ainda perpertuará esta amizade concisa
nela me atenho, não quero sua censura...
Você é quem me faz homem com lisura,
meu palíndromo mais oculto,
inaudível que mais ressoa em mim...
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