gosto
quando nossas mãos
se
copulam,
quando
elas se aninham
tornando-se
um só coração,
a pulsar
na mesma veia,
cadenciar
em nossas linhas,
margens
que alinham nossa letra...
quero
passear por seu cérebro,
conhecer
cada meandro de suas quietudes,
os tinos
de suas atitudes,
sua
historicidade, o imediatismo de seus segredos,
seus
hermetismos...
ir na
lira de sua ira,
delinear
a névoa que neva
suas
nuvens, a habilidade
de colorir
infinitos, pensamentos e instantes...
deliciosamente
mutântica,
como
suas madeixas
em tons
e semitons...
traçada trança
dum beijar casmurro,
encanta,
embala, acalanta feita uma Pietá
piedade
entre guitarras e cabaças,
carcaça
de boi que engendra seu coturno moicano,
regional
e industrial num mesmo riff...
faz do
furor nosso cicerone,
haverá
apenas seu nome em minha oração,
ladainha
contínua a repetir,
poeta
doidivano em delírio senil,
querendo
crescer varonil, conclama:
quero
ser Laís Atanázio...
quero
ser Laís Atanázio...
numa eutanasia
deste meu ser,
tira em
mim as caretas do meu sorrir,
canetas
que decalcam essa essência
do meu
transeunte devir...
então se
misturo ao meu querer:
isto
torna-me astro de luz própria,
um
alguém especial, estampo-me
na
alegria de saber
que à
alguns quilômetros antípoda ao meu corpo,
meu
coração ganha a centelha devida
para bater compassado em desvario...
quero ser Laís Atanázio...
quero ser Laís Atanázio !!!
2 comentários:
Te adoro
Caralho, fodorástico. Grande poema, meu caro. Parabéns, assim também quero ser Laís Atanázio e ganhar um poemão desses. srsr.. abraços
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