segunda-feira, 24 de setembro de 2012

QUERO SER LAÍS ATANÁZIO




gosto quando nossas mãos
se copulam,
quando elas se aninham
tornando-se um só coração,
a pulsar na mesma veia,
cadenciar em nossas linhas,
margens que alinham nossa letra...

quero passear por seu cérebro,
conhecer cada meandro de suas quietudes,
os tinos de suas atitudes,
sua historicidade, o imediatismo de seus segredos,
seus hermetismos...

ir na lira de sua ira,
delinear a névoa que neva
suas nuvens, a habilidade
de colorir infinitos, pensamentos e instantes...

deliciosamente mutântica,
como suas madeixas
em tons e semitons...
traçada trança dum beijar casmurro,
encanta, embala, acalanta feita uma Pietá
piedade entre guitarras e cabaças,
carcaça de boi que engendra seu coturno moicano,
regional e industrial num mesmo riff...

faz do furor nosso cicerone,
haverá apenas seu nome em minha oração,
ladainha contínua a repetir,
poeta doidivano em delírio senil,
querendo crescer varonil, conclama:
quero ser Laís Atanázio...
quero ser Laís Atanázio...

numa eutanasia deste meu ser,
tira em mim as caretas do meu sorrir,
canetas que decalcam essa essência
do meu transeunte devir...

então se misturo ao meu querer:
isto torna-me astro de luz própria,
um alguém especial, estampo-me
na alegria de saber
que à alguns quilômetros antípoda ao meu corpo,
meu coração ganha a centelha devida
para bater compassado em desvario... 


quero ser Laís Atanázio...
quero ser Laís Atanázio !!!

2 comentários:

Laís Atanázio disse...

Te adoro

James Wilker disse...

Caralho, fodorástico. Grande poema, meu caro. Parabéns, assim também quero ser Laís Atanázio e ganhar um poemão desses. srsr.. abraços