terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

À POUCOS INSTANTES DUM DÉJÀ VU





“Seria bom, se essa distância sumisse/ Imagine só: poderíamos ficar juntinhos tão cedo/ Imagine: seu rosto perto da minha respiração/ Minha mão sentindo o pulsar do seu coração/ Imagine só: não seria perfeito? / Poderíamos pular esses dias que faltam/ porque essas horas só insistem em nos machucar/ segura minha mão e pede pra eu não demorar/ Me segure aqui! Não me deixe mais viajar...” (Laís Atanázio)



clara  
olhar de lince,
no guiar da sua balada
que nos abala e badala
balada louca,
tão rouca quanto o urro dum branco blues...
um murro, um soco
oco som de deixar mouco,
à poucos instantes dum déjà vu

norteia-me em sua teia fugaz -
é a canção a nos guiar,
deixando-nos nó,
nós dois atados em mãos nuas...

a música da clara lince falcão,
notas infantis, monossilábicas
tatibitatis triviais, que esvai
e vai aonde está o meu amor...
unindo-nos ungidos,
distantes gemidos que ouço demente,
rememoro, vem na mente
de repente, do nada
quando penso em tudo:
a falta do seu peso em meu dormir,
do seu sorrir que me faz crescer,
que jaz tecer, vazio, minhas ânsias,
meus presságios...
meu instinto de lhe querer,
vinhos tintos, você...
no meu fumar escondido,
mordido de saudade,
no som despido de pedidos,
pelados, no chão frio
arrepios no assobio do seu chorar...

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