segunda-feira, 6 de outubro de 2014

CALABOUÇO


Para Faby 

como explicar esta falta que você faz?!
este desatino que não produz paz,
o instante que nada benéfico traz,
como explicar?!
como entender que o silêncio distante,
tal qual uma mágica mutante,
insere uma completude faltante
na voz oca, inaudível, mas constante?!

a distância da voz, do toque
dos tiques, chiliques,
calor, do corpo, do torpor...
como explicar o que me faz bem, sem ser íntimo?
isto que acalanta como Holiday,
desajuizando o que já sei,
ou não sei, sei lá...
teorizar o que não entendo,
nem tendo compreender;
este calabouço a me apreender,
prender meus sentidos, sem esboços
deixando-me num fundo do poço,
mudez maior que a reta,
diretas que me embriagam em miudezas,
pequenezas que me faz gigante...

você, de longe
parece me entender mais que meu cego ego,
você, apenas uma tela em que espero letras...
você, loucura minha
meu doce íntimo,
meu segredo bom de fazer ninar...

dependência ou impotência? 

não me negue não... 

Um comentário:

Faby Sempere disse...

Foi a coisa mais linda que alguem ja me escreveu...tu sabes né, que meu tum tum é teu.