quarta-feira, 10 de outubro de 2007

PARA NÃO SE RE-CITAR

Entregue aos vícios torpes,
o poeta desintegra em suas palavras,
nas suas palavras de entrega,
no tragar de sua vida...

E enquanto há milhões de Pessoa numa só pessoa,
o espaço dubil entre o insano e as horas.
Talvez a Philosophia esteja dormente,
talvez a Filosofia não dê o capital suficiente,
talvez tudo não seja uma canção.

Encaminho-me nas veredas que tudo me circunda,
no destino traçado em minha mão...

Bulimia cativa, ativa do instante de falar
poeta-escriba dos tempos pueris.
Talvez a beleza esteja no nada,
nada de mais belo,
tudo demais é desafiante.

E assim vou entre o belo e o inconstante,
nesta memória que cada dia parece despedaçar.
Instigo-me entre axiomas e aforismos,
sou da vida parida e parada.

Nunca sei se falo,
deveras subtrair o que odeio.
Atear qualquer Deus travestido,
teço a parte rude que em mim
quer brilhar.

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