segunda-feira, 7 de julho de 2008

PROS OLHOS DE MEU BEM

Estes olhos cálidos, calados
um cajado de madrepérola
diamante lapidado
olhos límpidos...
Brilho dádivo
divino olhar
olhos do bem
olhos do meu bem, do meu bem viver
olhar...
Estes olhos mel,
olhos meus nos seus,
olhar vago no seu olhar invasor
seu olhar censor
estes olhos libertinos...
Olhar clandestino
um puro olhar
austeros olhos que quero
estes olhos que tentam
olhos da menina que atenta
olhos que me nutre e sustenta
olhos que elevam, gravitam constelações
executam oscilações;
olhos negros de tão claros
azul marinho, verde lorquiano...
Pare com este olhar !!

Pros olhos do meu bem
a canção do rouxinol-carcará
no abrir da rosa mais orvalhada...
Onde estará este olhar que me diz
exatamente nada
quando há tudo por olhar ?
Estaria olhando pra dragões ainda invisivéis
ou para os cantos demasiados cantos ?
Estaria cantando o coral nos corais do solo-mar ?
Olhar que delira este poema-fantasia,
a razão mais concreta (o exame oftalmológico !)
e o cegar gris que me faz ser tão micro...
faz-me cego pro seu ego
ou clarividentes sintonias que desviam curvas quaisquer...
Tudo isto nos seus olhos,
apenas no seu olhar...

(2006)

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