terça-feira, 19 de agosto de 2008

JASÃO E SEUS ARGONAUTAS

para "Os Safadões", da Barra do Mendes

Unido
unir
desmedido
ungir
surge enquanto
a força vem
da forca, não...
do coração...

tecido
sido
revestido
de qualquer momento
ungido
naquele instante sentido
feito metal fundido
feito mar consumido...

Assim, a amizade meço
sem eira ou começo;
nem todo beijo é traição ou escarro,
ósculo na testa, aquilo que faz festa
buscando qualquer fresta
que ilumine a vida gris...

Ser ou não feliz
Qualquer coisa que condiz
ver-se do precipício num triz,
e assim, na dúvida e na certeza,
ser safado...
talvez um fardo,
talvez mira,
toda vez que conduz a lira
na luz da poesia cordel-rap- repente...

Assim, Jasão e seus argonautas
navegando pelo barro e pela barra
á procurar mil aventuras em suas desventuras,
ouvindo som de venturas,
ouvindo irmãos e sentindo suas mãos...

Parecendo guiar-me por caminhos tortos
por ninhos soltos, por carinhos torpes...

Aí minha sorte: também sou argonauta...
desta nau que me enaltece
deste mar que gosto de navegar...
Mesmo não sendo preciso,
Viver, mesmo não sendo preciso...

Preciso mil vidas para compreender.

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