domingo, 7 de agosto de 2011

JOSÉS

José não pode sonhar,
José não pode mais prever
José não pode nem ver
premonições ou deuses...
José não pode agourar
José não pode acabar
José não pode apagar a luz...
E agora ?!

todos Josés de seus josés
de seus josés...
de seus josés...

ai, Josés...
ainda não chegou seu próximo
lava-pés,
então lavra seu revês
nas palavras de viês;
na sede ao pote,
no trote, nas narinas que sangram,
no coração que dilata,
na oração da massa,
um coro juvenil:
ei, você tem que esconder seu amor !!!
o José dentro dos josés,
tão sós nos nós
que nos unem,
no nu que nos anulam,
na aliança que nos anelam...

José dentro do josé,
José minúsculo, sem músculos
sem os apolíneos dum dionisíaco,
sem par ou ímpar particular...

josé dentro do José,
sem Jesus ou cruz,
sem credo ou crédito,
sem ditos ou desditos,
ser maldito, verme e vil...
límpido e líquido, sem líbido;
um desejo, cabido...

sim, é assim...
Josés.

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