segunda-feira, 29 de agosto de 2011

TOLDO DO SER

Nem todo clipe é clip;
Nem todo eclipse é elípse;
Nem todo nano é dano;
Nem todo natal é nasal;
Nem toda dor é doril;
Nem todo rodo é roda;
Nem todo Rui é rei;
Nem toda rua é lua;
Nem todo relativo é reles ativo;
Nem todo motivo é movido,
Nem todo algo é alga...

E nem todo todo,
mas o todo no todo
é toldo do ser,
é o ser no nem,
o ser neném,
aquele ser ninguém que há
em todo alguém...
onde alguém há...
ou a de ser tudo...

Nem todo pé é pá;
Nem todo blá é blá-blá-blá;
Nem todo cara é cara;
Nem todo caro é claro;
Nem todo sol é solo;
Nem toda sola é cola;
Nem todo caracol é carambola;
Nem todo Marx é sax sexy;
Nem todo nem é sem...

Nem toldo todo
nem todo todos
pássaros soltos, salto voar
do ser, dose do dó
ser do nó, dono seu
o que sou quando atravesso
o rio, o riso, o travesseiro?

Sou passageiro,
passo ligeiro, ínfimo;
dínamo do tempo, grãos da ampulheta...

Todo ser é o que é,
todo ser pode ser além do que é,
além do é, além da essência...

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