Um grito poético duma calada voz...
De punhos
fechados,
um grito
pranto, alto
o
sobressalto do acomodado,
o incômodo
que se alia,
abraça, se
une no ideal
do pão para
meu irmão,
da decência
para meu país...
a mão
erguida,
o cartaz
dizendo não,
um clamor
maior que o gás,
a vontade de
milhões...
o calar do
rei
o chacoalhar
do trono,
o tremor das
medalhas...
não são
apenas vinte centavos:
é toda uma
nação que chora
por sua
parte suprimida,
pelo direito
roubado,
pela
promessa desdita.
E quando o
povo se revolta
não tem
volta não, marajá:
é preciso
assistir, temer,
tremer em
suas bases,
não dizer
qualquer frase ou pio –
nem tente
sair com suas asas de cobre,
de mansinho,
num assobio:
é a camada
mais pobre
a acender um
pavio
e explodir
um Brasil antes senil,
agora
renascido fênix
prum novo
pôr-do-sol que já surgiu.
Um comentário:
Verás que um filho teu não foge à luta!
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