segunda-feira, 17 de junho de 2013

PRUM NÃO CALAR



Um grito poético duma calada voz...

De punhos fechados,
um grito pranto, alto
o sobressalto do acomodado,
o incômodo que se alia,
abraça, se une no ideal
do pão para meu irmão,
da decência para meu país...

a mão erguida,
o cartaz dizendo não,
um clamor maior que o gás,
a vontade de milhões...

o calar do rei
o chacoalhar do trono,
o tremor das medalhas...
não são apenas vinte centavos:
é toda uma nação que chora
por sua parte suprimida,
pelo direito roubado,
pela promessa desdita.  

E quando o povo se revolta
não tem volta não, marajá:
é preciso assistir, temer,
tremer em suas bases,
não dizer qualquer frase ou pio –
nem tente sair com suas asas de cobre,
de mansinho, num assobio:
é a camada mais pobre
a acender um pavio
e explodir um Brasil antes senil,
agora renascido fênix
prum novo pôr-do-sol que já surgiu.




Um comentário:

Unknown disse...

Verás que um filho teu não foge à luta!