quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O QUE DESEJO

Para situações escutadas por alunos/alunas de meu antigo colégio de ofício.

Amar
com “A” maiúsculo
mesmo sendo tão minúsculo,
tão micro,
sentir-se tufão
algo no aumentativo
comparativo a um titã
Amar...

Amar como a vastidão do mar
sentir-se um mar
mesmo quando somos moscas,
(mera e vegetativa criatura
tão vil que ninguém vê)
amar como a força de um deus
sentir-se na potência da opulência
duma explosão nuclear,
ou tão leve quanto uma nuvem
que vem, que vai
que chega com o bradar de trovões
ou a calma anunciação de chuva, chuvisco,
da invernagem sertaneja,
das enchentes urbanas...

Amar porque os instantes são breves,
Amar já que a memória é eterna,
Amar ternamente,
raivosamente na busca do algo amado
Amando eternamente e brevemente,
Amando como um soprar em bolhas
O Amar duma criança no seu primeiro amor,
Amar feito a velhice dos últimos amores,
Amar
feito a beleza de se enxergar
na cegueira do amor,
de ver no feio a beleza que nunca quisera olhar,
molhar de amor este amar inocente
crescer na fortaleza deste momento –
Ser rebento, detento da condição,
dependente incontido da situação,
viciado deste cio,
querendo tão somente o assovio de gritar o seu nome.

Amar por querer
Amar pra querer amar
Amar porque preciso remar
neste mar, neste rio
Amar porque rio da sua risada
Amar porque há sua lágrima e seu suor
Amar por soa sinos quando a vejo...

Amar, simplesmente
E pronto !
nunca está tão pronto
ou sempre estar de prontidão:
Amar com paixão,
apaixonar-se e amar
quedar de céus
e cair nos seus cabelos –
Sê-lo
a maior proteção
contra a dureza do chão.

Amar, por fim
Amar enfim
Amar amar...

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