O amor
balançou a roseira
derrubou a flor
arrancou a pétala
O amor
construiu o muro
espalhou a areia
amaldiçoou a sereia
e desvendou o medo
O amor
processou a química
acelerou as partículas
queimou a mata
desencandeou a tempestade
O amor
matou a ânsia
estourou o balão
rezou a prece
E o amor era o devir
o tempo e o movimento
O amor
venerou Vênus
assobiou seu nome
esqueceu a panela acesa no fogão.
O amor
marcou a data
observou o índio
O amor
simplesmente, amou.
(2003)
Nenhum comentário:
Postar um comentário