sábado, 5 de janeiro de 2008

ESTAS ESTRANHAS COISAS DE SEXTA-FEIRA (OU COMO É QUE VOCÊ NUNCA ASSITIU CHAVES ?!)

para a galera de Geórgia...

"A vida vai seguir/Ninguém vai reparar/Aqui neste lugar /Eu acho que acabou/Mas vou cantar /Pra não cair /Fingindo ser alguém Que vive assim de bem..." (Camelo)

E as palavras vêm torpes, como se tropeçassem, tortas que nem justiça divina, doce como a vida agridoce, acre e mel, literal-literato, palavra analfabética, coisa nossa, pura, princípios... E tudo se resume no encanto do conto/canto: "Felicidade Clandestina", de Lispector. Numa mesa de bar, colando-se rótulos para a contagem das garrafas, a certeza que aprendemos mesmo sem querer. Apreender, catalisar, explodir emoções entre maus conhecidos, entre pessoas de estima tão instantânea, a amizade como o máximo aristotélico da felicidade humana...
A noite que ia parecer mais uma neblina, fez-se de luz no breve chamar pra vida: "Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante", cita-me o bom amigo. Nos olhos de cada um não há desconfianças, existe sim esta coisa máxima e delirante chamada sabe lá Deus de quê... Algo inominável, imemorial, extrema-unção de carinhos e nostalgias lógicas. Um violão, uma canção, tudo o que de bom temos... A discussão sobre Matrix ou marxismos baratos. Havia fadas, sim ! Havia fadas e a força da palavra clara, de Clarice, da palavra iluminada em confissões e desabafos, um olhar claro e, claro, esta coisa amalgama que nos unia mesmo sendo tão pouco íntimo.
Talvez ainda nem demonstre o quão foi tudo. Esta minha voz em nada exprime o acontecido, a coisa, o caso e o casulo. Falta-me o talento dos trovadores ou a certeza de mil amores para que o concreto torna-se abstrato aqui. Ainda é ausente o rabo cortado da lagartixa, a infância estampada em nossos rostos já velhos, qualquer coisa transeunte e terno, roca do tear-destino, rocha do rock, alma que pede a lira exata para a exaltação máxima. Somos tão micros, apenas mais um ponto observado no Google Earth por um pequeno menino trancafiado no seu quarto de sorver. Só vendo e crendo para nunca mais crer. Todos nós somos rapazes direitos e só queremos a menina mais bonita, penso como pensa o pensador de alguma geração. É o pensamento que me vem enquanto o disco do tênis de Lô Borges termina...
Estranho é o cara que leva livro pra ler numa praça cheia de hormônios querendo evaporar... Estranhas coisas que só uma sexta-feira a noite poderia ofertar, dádiva ou humanismos ?! Só queria aqui, neste anti-conto que fere qualquer norma das normas das normas normais e mais alguma coisa que não passa pela minha ignorância do só saber que nada sabe, só queria aqui poder pintar com borrões o que o traço do viver me exibiu num momento turvo de quaisquer possibilidades. O talento não é tão válido aqui, o que lido é com esta coisa lida e parida que vocês vêem aqui: algo sincero e de coração, suave como uma cachaça mineira vinda do nada, apenas para um sorrir de alguns, somente a satisfação do ego e dos egos, criança que tenta (ainda) se aliciar com a vida nos ternos momentos de sonos...

3 comentários:

Anônimo disse...

Mestre, simplesmente apaixonante esse teu vinho, que por ora me ofertas! Inebriante e fenomenal! Digno de um Rubem, de um Lara Resende. Mas, longe disso! Não tens comparação. Você é único, e teu brilho é luzidio arfar de terremotos. Um dia quero aprender a escrever como você.um dia, quiçá, quero aprender a apreender o mundo como você. Seu fã, Germano.

Leilane Paixão disse...

Eu admiro tanto que não se prende a estruturas, formatos e palavras rebuscadas! Admiro quem simplesmente deixa fluir as palavras que estão prontas pra explodir!
Esse é o verdadeiro talento, Mateus. O que não é aprendido, mas apreendido inconscientemente quase.

Parabéns!

Leilane Paixão disse...

*acrescenta um "m" nesse primeiro "que".. quis dizer "quem"! hehehehe

beijos