Quem sabe eu me mate na quarta-feira de cinzas.
Na quarta-feira de cinzas eu me mate, quem sabe...
Talvez assim acabe esta minha sina,
ou minha sina, esta assim, talvez se acabe...
Ou talvez a vida aglutina,
quem sabe ela estanca...
Quiça após o lança e a afetamina
um deus que não dança, dança !
E folião que sou, entrando em qualquer farra.
A fanfarra passa, despassa e compassa...
A chuva que trouxe o gris da madrugada,
ventou por um triz, e do nada,
trouxe-me você e a dúvida danada.
Aí o bloco também se foi,
o boi, tempo de minhas avós, voou, voar...
E um dia o pierrot conquistou mil colombinas,
sabendo que também é sua sina
na quarta-feira de todas as cinzas,
também sua morte proclamar
3 comentários:
O diáfano como fim, o efêmero como resultado, a trágica história de um histórico passado. Que belo poema, mestre! A certeza de que um dia algo acaba, assim, aligeramente, passando. Muita força! Abraço, Germano!
Dançante seu poema
Cadê você, poeta?
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