quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

POEMAR

Poesia profunda:
elefante caindo n'água.

Ele falante: o poema !

Splash !!!!

Das anáguas ou da benção:
devo aquilo que deveria ser...
levo aqui o quê lavraria ter...
leve dever, de ver lavouras...

flores de papoulas
flores de poesia,
dolores amar,
Dores do poemar:

Que é verbo
que é carne
que é ação
que é pó e mar, larva, lavra, livro
que é vivo-dividido
que é ouvido
que é ou
que é in;
que é poemar
que é põe
que é pôr
que é sol
que é lá...

Lá, poesia profunda
destas que dizem mil palavras querendo dizer uma,
uma palavra que, em festas, redizem mil...

coisa minha, coisa íntima
coisa última, coisa ultimato
coisa mato, coisa mito
coisa coisa, coisa cozer
coisa dizer, coisa falar
coisa poema, coisa profunda.

Um milhão de pedras caindo num poço,
posso dizer, criando redomas no fundo
poema profundo
poema de pró...
poema do pó
poema depois...
Uma pedra que matou a imagem narcisa
alguma coisa precisa,
cisando aquilo que digo.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Uma pedra que matou a imagem narcisa
alguma coisa precisa,
cisando aquilo que digo."
Perfeito, Mateus. Muito forte, bonito plasticamnte, e profundo, como o abisso da poesia. Abraços, meu camarada. (Germano)

Mateus Dourado disse...

Valeu por mais um comentário, cara...
Creio q esta parte da imagem narcisista eu tenha me inspirado no seu escrito sobre Eco e Narciso. Mas eu sou muito fã de poemas concretos, daqueles cheios de barulhos e palavras pela metade, contudo cheio da abissalidade q o poeta procura sempre !!!
Obrigado pela presença e fidelidade ao meu blog...
Abraços !!!