sábado, 19 de abril de 2008

UM POEMA RES COGITA (2° VERSÃO)

"O que é, exatamente por ser como tal como é, não vai ficar tal como está" (Brecht)

Toda vontade é Schopenhauer,
todo suicídio é Camus,
toda caverna é Sócrates,
todo amor é Platão,
todo deus-morto é Nietzsche,
e toda existência é Sartre...

Toda mais-valia é Marx,
toda metafísica é Aristóteles,
todo passar no rio é Heráclito,
todo pai é Tales,
todo ser-aí é Heidegger,
e todo Estado é Hobbes...

Todo cogito é Descartes,
todo positivo é Comte,
todo juízo é Kant,
todo ideal-racional é Hegel,
e todo príncipe é Maquiavel....

E tudo (isto) é falácia...

E todo professor é sofista,
e todo calouro é copista
de Copi, Copi
(de livro amarelo nas mãos, o mundo é um engano, o mundo é um apelo a piedade...)

E toda dúvida...
E toda indagação...
E todo ceticismo...
E toda dialética...
E todo dogma... E todo ente é filosofia,
toda essência...
toda matéria... toda matéria-prima

prima ou filos,
todos são filos...
filhos, não importa a mãe:
ninfas ? Ariadne ?
Heloísa ? Diotima ?
Simone de Beauvoir ? As amantes de Rosseau ?
Sofia ?

Filosofia ?
Incesto monumental !

E que São Lázaro nos proteja !

(Janeiro, 2004)

P.S: Ditos da época - Para toda comunidade FFCH/UFBA, em especial a Anael e Gabriela, grandes entusiastas do meu modesto trabalho...

Saudade de todos !!!!

Um comentário:

Antônio de Freitas disse...

parabéns cara, belo poema de um historicismo filosófico brilhante.
vc não deve lembrar de mim sou a migo de jason lá na barra. eu, vc e outro brother tomamos umas cervejas indo de irecê pra barra no dia do carnaval quando o onibus atolou, parabéns pelo poema.
mas toda caverna é Platão...kkkkkk.