quarta-feira, 21 de maio de 2008

SUA (SÓ PORQUE AINDA PERSIGO UM POEMA DE AMOR...)

Ao som de "Minha flor, meu bebê" (Cazuza)

Sua voz calada,
sua cálida presença em mim,
sua marquinha de vacina,
sua face que fascina,
suave menina
menina botão de flor...
Sua melindrice qualquer,
sua insistência no não,
sua insanidade em horas sensatas,
nossas serenatas
a lua testemunha
tudo comunha:
eu e você.

Sua voz contida
sua risada cantada
sua hipérbole descontada
sua concha do mar...
Sua pele, tênue pano
sua fragilidade de porcelana,
sua força descomunal,
sua coisa de criança,
sua maturidade que me dá moral,
sua castidade macula,
sua pureza.

E é só porque ainda persigo um poema de amor
E é só porque sou seu de alguma maneira,
seu sua
suada sina
sinal que se proclama
ardor de quem ama
dor do que chama
sem nada aclamar
apenas amar
esta sua
sua estátua que firma meu pensar,
sua doidivana imagem nos meus sonhos...
Sua, apenas
pena de mim
dó do desejo
ensejo de ser só seu.

(2006)

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