terça-feira, 12 de julho de 2011

SINESTESIA

ouvir
algo que lhe faça chorar,
ver
algo que lhe faça sorrir,
sentir
algo que lhe faça agir,
aspirar
algo que lhe faça cair...

sinestesia, anestesia,
o corpo dolente que sente,
lentes que analisam
lentamente,
a mente vã, o corpo são;
sãos e salvos, são fluídos
ruídos moídos, miúdos cânticos,
como se tais desejos tântricos
viessem escutar
acostumar...
costurar o mar na palma da mão,
no não que brota da afirmação,
traço da ação,
da dádiva de ter o seu gozar...

e comer seu som
com o dom mágico do onírico,
lírico bandido,
distribuir seu amor aos mendigos,
dar a bondade dos seus passos
àqueles que aquarelam,
quaram o instante dum amarelo sépia;
e daquilo que virá,
tranquilo voo num declinar da corda bamba,
bomba que explode, rosa transmutada...

ouvir o azular do céu,
seu cintilar num pacto de dedos,
talvez não seja cedo para decidir
num "papai-do-céu mandou",
pra testar sua testa na minha,
pra me fazer seu...
pra não me fazer só...
pra atar nós...
nossos corações, nossos pés...
nossas fé numa mesma comunhão,
fuga de caminhão, acasalar feito ursos,
nossa felicidade jorrando num curso de rio,
rir e dormir contigo,
numa confusão de sentidos
na felicidade de te pedir à uma estrela caída.

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