Cósmica força,
um seio suspenso
donde afloram o aroma,
da unicidade das coisas
ou das tragédias alegres.
Assim é...
- oh, poema !
que vens como cândido
beijo cego,
a anti-inspiração
em ver verdades em sonhos -
Anjos embriagados,
corpos marcados na gota d'água.
Uma flor para se descobrir
o homem, que esconde
dedos que emanam
e rasgam
o véu de Maia...
E assim poderia ser:
- oh, poema !
mitos assasinados
comprimidos para matar...
nossas estrelas inaudíveis
e carentes
um pouco azuis
e longe de passarem duas vezes
na mesma alma -
"Senhores deuses, me protejam
de tanta mágoa
tô pronto pra ir ao teu encontro
mas eu não quero, não vou
não quero..."
- Identifica-se, talvez, a mulher que amo -
Escrevo em carvão
os versos mais sonetos,
apagados
pela mão que afagou,
e hoje esbofeteia.
Assim era.
- oh, poema !
caminho no mar escandinavo,
perdendo-me em desfrutáveis situações,
caindo na merda...
oh, poema !
eu não o contemplo.
Pra quê tempos, se a certeza
é que
tudo
um dia
acabará ?! -
(2003)
P.S: O trecho em destaque é duma música do Cazuza (Azul e Amarelo)
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