domingo, 14 de setembro de 2008

EU LÍRICO

E dentro
do poema indissoluto,
veio a deusa-mãe
e assanhou
com seu afago cósmico,
o universo das fadas e das rimas;
e viverão
plácidos
jovens guerreiros
que não me fazem esquecer,
que a poesia virá e logo
desviará
por torpes caminhos que
me abnega
um amanhã...
E mesmo que eu
não queira dizer
nada, nada não...
o poema é fêmea
e transformará
o botão
numa flor qualquer,
num mal-me-quer
nudez da pétala,
sedução vil...

O poema então será
chaga,
um chega
uma chaga e
uma praga;
prego da cruz cristã.
O poema será a solução
a diluição
e o mundo estará
então
salvo e são,
consigo e contido,
na busca da palavra hieroglífica
da insanidade.

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